Investing.com – Analistas esperam uma temporada ainda pressionada para companhias de alimentos, entre elas os frigoríficos brasileiros. Marfrig (BVMF:MRFG3), JBS (BVMF:JBSS3) e BRF (BVMF:BRFS3) divulgam dados referentes ao terceiro trimestre deste ano na próxima semana, todas na segunda-feira, 13.
A plataforma InvestingPRO, que reúne estimativas de diversos analistas, projeta uma receita de R$ 91,626 bilhões para a JBS e lucro por ação de R$0,43. Já a Marfrig deve reportar um LPA de R$0,41, enquanto a receita iria a R$29,923 bilhões, segundo o PRO. A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, tem receita prevista de R$12,67 bilhões, mas prejuízo líquido por ação de R$0,19, de acordo com a plataforma.
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Ainda que o cenário brasileiro seja mais favorável para o ciclo do gado, a tendência foi aposta nos Estados Unidos. No entanto, haveria melhores perspectivas para negócios de francos e de carne suína.
“O ciclo de baixa na indústria de carne bovina dos EUA provavelmente continuará a afetar divisões da JBS e Marfrig, já que os spreads indicam um trimestre mais desafiador, apesar sazonalidade mais forte da época do churrasco. Contudo, microiniciativas na JBS podem compensar os spreads mais fracos da indústria”, avalia o Itaú BBA, em relatório divulgado aos clientes e ao mercado.
Marfrig
Para a Marfrig, o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) estima uma receita líquida de R$20,124 bilhões, com Ebitda de R$1,149 bilhão e lucro líquido de R$10 milhões. O Santander (BVMF:SANB11) espera um Ebitda de R$2,495 bilhões, mas prejuízo líquido de R$230 milhões.
Na visão da Genial Investimentos, as dificuldades permanecem e o resultado deve ser fraco. “devido a custos de gado ainda bastante elevados na América do Norte, dado o ciclo pecuário negativo na região, que devem seguir pressionado de modo relevante as margens do segmento”. Na América do Sul, o cenário é mais favorável, com ciclo do gado positivo no Brasil. A Genial estima Ebitda de R$2,128 bilhão e prejuízo líquido de R$256 milhões.
A margem Ebitda consolidada tende a apresentar retração trimestral de 40 bp, no entendimento do Itaú BBA, diante da menor disponibilidade de gado nos EUA. O Ebitda consolidado (ex-BRF) é previsto em R$1,3 bilhão.
JBS
O BTG espera que a JBS reporte uma receita líquida de R$94,043 bilhões, com Ebitda de R$5,627 bilhões e um lucro de R$974 milhões. O consenso indica lucro maior, de R$1,211 bilhão. O Santander projeta menos, com Ebitda de R$4,793 bilhões e um lucro líquido de R$238 milhões.
A estimativa da Genial Investimentos é de receita de R$98,579 bilhões, Ebitda de R$6,057 bilhões e lucro de R$1,638 bilhão. A Genial aguarda um resultado mediano e enxerga recuperação gradual das margens nos próximos trimestres.
O Itaú BBA estima Ebitda consolidado de R$ 5,1 bilhões diante de tendência mais benigna nos negócios de frango. “A JBS provavelmente postará os melhores resultados das empresas de alimentos e bebidas que cobrimos, com melhoria sequencial na maioria das unidades de negócio, denotando potencialmente um ponto de inflexão, pois potencialmente deixa para trás a tempestade perfeita”, reforça.
BRF
O BTG estima que a BRF reporte uma receita líquida de R$12,860 bilhões, com Ebitda de R$1,269 bilhão e prejuízo líquido de R$233 milhões. O consenso indica um prejuízo de R$66 milhões. O Santander espera um Ebitda maior, de R$1,416 bilhão, mas prejuízo líquido de R$137 milhões.
As projeções da Genial Investimentos são de receita líquida de R$13 bilhões, Ebitda de R$1,2 bilhão e prejuízo de R$136 milhões. “Esperamos ver uma recuperação gradual de margens nesse trimestre, impulsionada por preços mais fortes de in natura e uma expansão de margens de processados. Brasil deverá ser o destaque positivo do trimestre, enquanto a business unit Internacional deverá ser o destaque negativo e seguir entregando um desempenho mais fraco que o Brasil”, avalia, em relatório.
O Itaú BBA também prevê um Ebitda de R$ 1,2 bilhão, impulsionado pela “sólida demanda no Unidade de negócios Brasil e dinâmica resiliente para alimentos processados. Na divisão Internacional, a BRF deverá reportar uma melhoria sequencial, embora a um ritmo mais lento do que no Brasil”, conclui.