Por Senad Karaahmetovic
As ações da IBM (NYSE:IBM) (BVMF:IBMB34) recuavam quase 5% antes da abertura dos mercados americanos nesta terça-feira, após a empresa cortar sua projeção anual de fluxo de caixa livre.
A IBM apurou uma receita de US$ 15,54 bilhões no 2º tri, superando as estimativas de US$ 15,16 bilhões. A companhia também reportou um LPA operacional de US$ 2,31, acima das expectativas de US$ 2,29.
A receita proveniente de serviços de consultoria foi de US$ 4,81 bilhões, acima do consenso dos analistas de US$ 4,64 bilhões. A empresa gerou US$ 6,17 bilhões em receita de software, ficando abaixo das estimativas de US$ 6,3 bilhões.
A receita com infraestrutura foi de US$ 4,24 bilhões, enquanto os analistas previam US$ 3,76 bilhões. A receita financeira totalizou US$ 146 milhões, em comparação com a projeção consensual de US$ 185,2 milhões.
A margem bruta ajustada foi de 54,5% no trimestre, em comparação com 56,4% projetados. O fluxo de caixa livre reportado foi de US$ 2,09 bilhões.
Para todo o ano, a IBM espera gerar US$ 10 bilhões em fluxo de caixa livre, uma queda em relação à faixa prevista de US$ 10 a 10,5 bilhões. O corte na perspectiva de FCL está pesando sobre as ações antes da abertura em Nova York nesta terça-feira.
A companhia também disse que espera “registrar um crescimento constante de receita cambial na faixa superior do seu modelo de um dígito médio".
“No trimestre, tivemos um bom desempenho de receita, com crescimento equilibrado em todas as geografias, graças à demanda dos clientes por nuvem híbrida e oferta de IA”, declarou a companhia.
O analista do Morgan Stanley (NYSE:MS) (BVMF:MSBR34), Erik Woodring, disse que a IBM entregou “sólidos” resultados, embora “não sem algumas máculas”.
“Os resultados do 2º tri superaram as expectativas em 2-4% e a projeção de crescimento constante de receita cambial no ano-calendário de 2022 ficou inalterada, sugerindo uma sólida demanda subjacente e uma tese praticamente sem mudanças de OW. Mas o câmbio e pressões de custos são obstáculos adicionais, resultando em um corte de 1-6% nas receitas/LPA do ano-calendário de 2022”, disse Woodring em nota aos clientes, depois de rebaixar o preço-alvo da IBM de US$ 157 para 155.
Por outro lado, o analista do UBS, David Vogt, mostrou muito mais pessimismo com a perspectiva das ações da IBM, ao reiterar sua recomendação de venda e o preço-alvo de US$ 118.
“Embora os mainframes tenham sido uma surpresa positiva, acreditamos que a substancial desaceleração em Software em moedas constantes (3 pts t/t) e um volume de reservas a faturar em Consultoria de apenas 1,0 (uma queda em relação a 1,1 no último tri) são os dados mais importantes a serem ressaltados. Nossa análise indica que o crescimento orgânico atingiu o pico ao mesmo tempo em que o múltiplo P/L da IBM encontra-se em máximas plurianuais tanto em bases absolutas quanto relativas, uma relação risco/retorno desfavorável. Embora tenhamos rebaixados o crescimento da receita no 3º tri de 2022 em 3 pts para apenas 4% a/a, o maior risco para as ações da IBM em nossa visão é a perspectiva implícita para o 4º tri de 2022. À medida que a IBM vai superando o obstáculo da Kyndryl em um pouco mais de três meses, esperamos que o rápido crescimento do 4º tri/22 caia 4% a/a e fique estável em bases orgânicas em moedas constantes, uma queda em relação a ~9% no 2º tri/22”, explicou Vogt em nota aos clientes.