SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista renovou suas máximas históricas intradia e de fechamento nesta segunda-feira, com o Ibovespa encerrando acima dos 94 mil pontos, tendo de pano de fundo apostas positivas para a proposta de reforma da Previdência do novo governo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa (BVSP) subiu 0,87 por cento, a 94.474,13 pontos, na máxima da sessão. O giro financeiro somou 13,8 bilhões de reais.
"No Brasil, a expectativa tem nome: reforma da Previdência", afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, ressaltando a previsão de que o texto com a proposta final seja entregue esta semana ao presidente Jair Bolsonaro.
No mercado, agentes financeiros já trabalham com a possibilidade de medidas mais rigorosas do que o esperado. Nesta segunda-feira, reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico chancelou a expectativa dizendo que a proposta que está sendo finalizada deve gerar em 10 anos uma economia superior ao texto original que o ex-presidente Michel Temer apresentou ao Congresso no fim de 2016, podendo chegar a 1 trilhão de reais.
A definição sobre esse tema, considerado crucial para a melhora do sentimento dos investidores em relação à situação fiscal do país, também está no radar do capital externo, que segue negativo no que se refere a operações na bolsa em 2019.
Até 10 de janeiro, as operações de investidores estrangeiros na Bovespa mostravam saída líquida de 869,6 milhões de reais. Em 2018, o resultado ficou negativo em 11,5 bilhões de reais.
De acordo com estrategistas e gestores ouvidos pela Reuters na última semana, sinais de que o governo terá capacidade de aprovar a reforma da Previdência podem animar o fluxo de recursos do exterior para ações brasileiras.[nL1N1ZB0Y7]
Muitos analistas trabalham com o Ibovespa na casa dos 100 mil pontos em 2019 diante das perspectivas mais positivas para a economia dado o perfil liberal sinalizado pela equipe econômica capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
No ano, o índice já acumula alta de 7,49 por cento, favorecido também pela sinalização de 'flexibilidade' pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, quanto ao ritmo do aperto monetário nos Estados Unidos.
Pela manhã, dados do comércio exterior chinês abriram espaço para ajuste negativo em papéis de siderúrgicas e mineradoras.
No começo da tarde, contudo, comentário do presidente norte-americano, Donald Trump, reforçando que um acordo comercial com a China é possível, atenuou a pressão vendedora. [nE6N1YM02Q]
DESTAQUES
- SABESP (SA:SBSP3) saltou 5,34 por cento, renovando máxima histórica de fechamento, a 41,60 reais, e recorde intradia a 43,13 reais, favorecida por estudos do governo de São Paulo que incluem privatização da companhia de água e saneamento estadual. O ganho neste ano já está ao redor de 30 por cento.
- VIA VAREJO (SA:VVAR3) avançou 6,87 por cento, na terceira alta seguida, mas que apenas colocou o preço do papel no patamar de dezembro após a cotação atingir no dia 9 mínima intradia desde junho de 2017. No setor, MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) subiu 0,79 por cento e B2W (SA:BTOW3) ganhou de 1,15 por cento.
- MRV (SA:MRVE3) valorizou-se 4,05 por cento, tendo de pano de fundo perspectivas positivas para a construtora com foco em baixa renda. Analistas do Credit Suisse elevaram a recomendação dos papéis para 'outperform', bem como o preço-alvo para 17,50 reais, enxergando melhores retornos.
- CCR (SA:CCRO3) avançou 4,48 por cento e ECORODOVIAS (SA:ECOR3) subiu 2,49 por cento. Analistas do Santander Brasil destacaram ver o momento atual como certo para comprar papéis de concessionárias, entre outros fatores pela combinação de preço atrativo e conjunto de novos projetos.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) cedeu 3,05 por cento, na ponta negativa, tendo no radar relatório do Itaú BBA cortando recomendação para 'market perform'.
- VALE (SA:VALE3) teve alta de 0,42 por cento, revertendo perdas registradas mais cedo, determinadas pelos dados chineses indicando mais fraqueza na segunda maior economia do mundo em 2019 e deterioração da demanda global.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 1,18 por cento. ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) teve variação positiva de 0,74 por cento e BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) avançou 2,32 por cento. SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) encerrou em alta de 1,5 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 0,56 por cento, em sessão de queda do petróleo no exterior, com o mercado reagindo à notícia de que a empresa retomará desinvestimentos após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e indicação pelo governo de novos membros do conselho de administração.
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(Por Paula Arend Laier; edição de Aluísio Alves)