Por Harry Robertson
LONDRES (Reuters) - A ION, empresa de serviços de negociação financeira atingido por um ataque de ransomware na semana passada, começou a reestabelecer o acesso à plataforma de derivativos da companhia, disse uma fonte à Reuters nesta terça-feira.
O grupo de hackers Lockbit assumiu a responsabilidade por um ataque a uma seção da ION na semana passada, que interrompeu o acesso de clientes que incluem alguns dos maiores bancos, corretoras e fundos de hedge do mundo.
O Lockbit disse na semana passada que um resgate foi pago. O grupo não disse quanto recebeu ou ofereceu provas sobre o pagamento. A ION se recusou a comentar a declaração do grupo de hackers.
A Associação da Indústria de Futuros (FIA) disse nesta terça-feira que as empresas afetadas estão trabalhando em estreita colaboração com a ION para se reconectarem às plataformas afetadas.
A ION, uma empresa não listada com sede em Dublin, oferece dados e serviços para clientes do setor financeiro, que usam sua tecnologia para facilitar a negociação e liquidação de derivativos negociados em bolsa. O ataque da semana passada interrompeu esses processos.
Um participante do mercado com conhecimento da situação disse que milhares de empresas podem ter sido afetadas.
A FIA disse que a situação estava melhorando depois que algumas bolsas e câmaras de compensação ofereceram extensões para permitir que as empresas afetadas cumprissem prazos.
MÉTODOS TRADICIONAIS
O ataque à ION teve impacto nos participantes do mercado. Fontes com conhecimento da situação disseram que os corretores tiveram que recorrer a métodos desatualizados de registro de negócios, incluindo inseri-los manualmente em planilhas durante a interrupção da ION.
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos atrasou a publicação das estatísticas semanais de negociação porque alguns clientes afetados da ION não foram capazes de coletar informações com rapidez suficiente para compilarem relatórios diários de posições.
Entre os muitos clientes da ION cujas operações provavelmente foram afetadas pelo ataque e consequente interrupção estão o ABN Amro Clearing e o Intesa Sanpaolo (BIT:ISP), o maior banco da Itália, de acordo com mensagens a clientes de ambos os bancos que foram vistos pela Reuters na semana passada.
A Autoridade de Conduta Financeira da Grã-Bretanha disse que continua monitorando a situação.