Por Dietrich Knauth
NOVA YORK (Reuters) - A Latam Airlines informou nesta quarta-feira que não está mais buscando adquirir aeronaves Boeing (NYSE:BA) B737, nem da Gol (BVMF:GOLL4), que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, nem de outras fontes, optando por buscar aeronaves alternativas de corredor único após o fracasso das negociações.
As duas companhias aéreas entraram em conflito pouco após a Gol entrar com pedido recuperação judicial nos EUA, em janeiro, acusando a Latam de tentar se apropriar de suas aeronaves e de seus pilotos. A Latam então se ofereceu para adquirir quaisquer B737 que a Gol não quisesse mais operar após sua reestruturação da recuperação judicial.
A Gol está tentando renegociar os termos de contratos de arrendamento de dezenas de aeronaves até o final de maio, e a Latam não disse quantos aviões esperava adquirir durante a recuperação judicial da Gol.
A Latam culpou a "falta de envolvimento significativo" da Gol pelo fracasso do acordo, em carta apresentada nesta quarta-feira no caso da Gol, que não quis comentar o documento.
A Latam disse que a "escassez de aeronaves B737 disponíveis, bem como a recusa dos devedores em cooperar", a forçou a buscar aeronaves alternativas de corredor único para reforçar sua frota e atender à crescente demanda dos consumidores.
"A Latam não conseguiu ao longo dos últimos meses -- apesar de seus extensos esforços -- obter aeronaves B737 de outras fontes não relacionadas aos devedores", escreveram os advogados da companhia aérea. "Consequentemente, é improvável que a Latam continue buscando quaisquer transações envolvendo o B737."
As empresas aéreas têm necessitado ajustar seus planos de negócios à medida que preocupações com segurança forçaram a Boeing a reduzir a produção do seu modelo mais vendido 737 Max.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) impediu a Boeing de expandir a produção do 737 MAX após um incidente em pleno voo com um avião da Alaska Airlines (NYSE:ALK). A agência deu à Boeing 90 dias para resolver problemas sistêmicos de controle de qualidade revelados pelo ocorrido, e a Boeing já está quase na metade desse período.
(Reportagem de Dietrich Knauth)