Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os leilões de áreas exploratórias de petróleo e gás realizados no Brasil na quarta-feira foram bem sucedidos e injetaram certo otimismo em águas profundas no país, após "decepções recentes" no avanço da exploração do pré-sal, afirmou em relatório nesta quinta-feira o diretor de pesquisas da Wood Mackenzie, Marcelo de Assis.
Petroleiras arremataram 192 blocos exploratórios no Brasil na véspera, sob regime de concessão, e uma área no pré-sal, sob partilha, arrecadando cerca de 430 milhões de reais em bônus de assinatura, a maior parte na Bacia de Pelotas.
"Essa rodada de licitações abriu uma nova fronteira, a Bacia de Pelotas, com consórcios liderados pela Petrobras (BVMF:PETR4) disputando áreas com a Chevron (NYSE:CVX)", disse Assis.
O leilão de áreas sob regime de concessão arrecadou um total de 421,7 milhões de reais ao governo, sendo mais de 70%, ou 298,74 milhões de reais, referentes a Pelotas.
"Depois das descobertas na Namíbia e das atividades em andamento no Uruguai, os exploradores estão reavaliando Pelotas no Brasil."
Assis ressaltou que foi uma surpresa que a Petrobras esteja abrindo outra área de fronteira além da Margem Equatorial (BVMF:EQTL3), uma extensa área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, após mais de uma década de esforços exploratórios nas Bacias de Campos e Santos.
Do total, a Petrobras arrematou na véspera 29 blocos em Pelotas, todos como operadora e tendo a Shell (NYSE:SHEL) como parceira. Em três deles, a chinesa CNOOC também integrou o consórcio. Os demais 15 blocos em Pelotas foram arrematados pela Chevron 100% sozinha.
A ANP também leiloou áreas no pré-sal, sob regime de partilha. Nesse caso, a BP Energy arrematou sozinha e sem concorrência o bloco Tupinambá, na Bacia de Santos, único dos cinco ofertados no pré-sal a receber oferta. Assis ressaltou que o bloco "é adjacente a outro bloco operado pela BP".
Em um certame do pré-sal marcado pela ausência da Petrobras, em momento em que muitos acreditam que esta importante região produtora não tem mais tantas reservas importantes não exploradas como no passado, a BP ofereceu óleo lucro de 6,5% à União, ante percentual mínimo exigido de 4,88%.
(Por Marta Nogueira)