A empresa de energia Light (BVMF:LIGT3) entrou com uma medida cautelar na Justiça pedindo liminares para suspensão do pagamento de suas dívidas, além da instauração de procedimento de mediação coletiva com os credores. Em fato relevante, a empresa diz que esta ação de tutela cautelar é a medida mais adequada neste momento "para permitir e viabilizar a readequação e/ou equalização das obrigações abrangidas pela medida cautelar, inclusive por meio de negociações coletivas em ambiente específico e apropriado para tanto, e a implementação de melhorias na estrutura de capital das companhias".
A medida foi ajuizada em segredo de justiça e caráter de urgência, segundo a empresa.
A Light tem cerca mais de R$ 11 bilhões em dívidas, sendo cerca de R$ 7 bilhões em debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos emitidos no exterior (bonds).
Na semana passada, a empresa de classificação de risco Moody's rebaixou as notas de crédito da companhia de B3 (BVMF:B3SA3) para Caa3 - que indica uma potencial perda para credores de parte do que foi investido na empresa ou desdobramentos que resultem em calote.
A nota Caa3 implica altas chances de default, com uma taxa de recuperação média para credores entre 65% e 80%.
"A liquidez é apertada diante das contínuas exigências de capex (investimento) para manter a qualidade da concessão e o serviço de sua dívida de R$ 1,198 bilhão em 2023 e R$ 2,651 bilhões em 2024 ", disse a Moody's.
Sem qualquer injeção de recursos externos, a agência estima que a posição atual de caixa é suficiente para cumprir com suas obrigações somente até setembro desde ano.