Por Doyinsola Oladipo e Granth Vanaik
NOVA YORK (Reuters) - As férias de cruzeiro no último ano surgiram como uma opção popular entre os consumidores norte-americanos em busca de formas mais baratas de viajar, mas as empresas de cruzeiros dos Estados Unidos estão sinalizando que os itinerários ficarão mais caros nos próximos meses.
Após descontos agressivos devido a anos de isolamento social da era da Covid, operadoras de cruzeiros como Royal Caribbean Cruises e Carnival (LON:CCL) estão buscando aumentar os preços à medida que os níveis de ocupação se aproximam dos níveis anteriores à pandemia.
Antes do início da crise gerada pela Covid-19, as férias em cruzeiros eram em média 15% a 20% mais baratas do que uma viagem em solo, disse Patrick Scholes, analista de hotéis e cruzeiros da Truist. Essa diferença aumentou para 50%, segundo ele.
"(Estamos) trabalhando duro para reduzir a absurda e injustificada diferença de 25% a 50% em relação às ofertas terrestres ao longo do tempo", disse o presidente-executivo da Carnival, Josh Weinstein, após a divulgação de resultados trimestrais.
Os gastos a bordo no segundo trimestre aumentaram 49,9% para a Norwegian Cruise Lines, em comparação com o mesmo período em 2019, antes da pandemia. Esses mesmos gastos aumentaram cerca de 36,8% para a Royal Caribbean Cruises e 17,2% para a Carnival no mesmo período.
Empresas como a Norwegian e a Carnival afirmam que os custos de mão-de-obra, marketing e despesas portuárias e de frete estão aumentando, limitando os ganhos provenientes da forte demanda e dos preços mais altos das passagens.
Carnival e Royal Caribbean disseram que a porcentagem de hóspedes novos em cruzeiros superou os níveis de 2019.
"Não parece haver nenhum problema com os aumentos de preço feitos até agora", disse Brandt Montour, analista do Barclays (LON:BARC). As operadoras aumentaram os preços de 10% a 15% para 2023, em comparação com os níveis de 2019, e não parece que o consumidor norte-americano esteja resistindo a aceitar o último aumento de preço, disse ele.