A PagSeguro (NYSE:PAGS) encerrou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido ajustado de R$ 411 milhões, alta de 26% na comparação com o mesmo período de 2021. Pelo critério contábil, o resultado da companhia foi de R$ 408 milhões, crescimento de 35% em 12 meses.
No ano de 2022, a empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão, alta de 12% ante 2021, e de R$ 1,5 bilhão pelo critério contábil, 29% maior que o de 2021.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da PagSeguro foi de R$ 788 milhões no trimestre, um resultado 29% maior que o do mesmo período de 2021. As despesas financeiras somaram R$ 855 milhões, o dobro do registrado 12 meses antes, mas 7% abaixo do trimestre anterior.
No trimestre, a receita líquida da empresa foi de R$ 3,96 bilhões, crescimento de 22% em 12 meses. Desse total, R$ 3,64 bilhões vieram da adquirência, e outros R$ 330 milhões vieram do PagBank, o banco digital da companhia.
"A nossa geração de caixa foi recorde, da ordem de R$ 410 milhões", afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) Éric Oliveira, diretor de relações com investidores e ESG da empresa. Segundo ele, isso deixa a PagSeguro em uma posição confortável do ponto de vista financeiro, com cerca de R$ 10 bilhões em caixa.
Ainda de acordo com o balanço, a PagSeguro processou R$ 94,3 bilhões no negócio de pagamentos, um crescimento de 19% no comparativo anual. A companhia atribui o crescimento à sazonalidade do final de ano, marcado por compras e pelo 13º, mas também a um ganho de mercado. A companhia calcula ter ganho 1,2 ponto porcentual de mercado ao longo de 2022.
"Mesmo com os impactos de Copa do Mundo, foi um volume que veio acima do que esperávamos", disse Oliveira. Ele também atribuiu a alta aos polos comerciais, os chamados hubs, que responderam por 33% do volume no trimestre.
PagBank
A companhia destacou ainda alguns dos indicadores de seu banco digital, o PagBank. No final do ano passado, a operação tinha 28 milhões de clientes, 6 milhões a mais que no fim de 2021, sendo 16 milhões de clientes ativos. O volume de transações financeiras processadas superou, pela primeira vez, os volumes da adquirência.
A carteira de crédito do PagBank teve alta de 43% em um ano, para R$ 2,7 bilhões. O crescimento foi puxado por produtos com garantia, nos quais o banco digital apostou ao longo de 2022 para evitar um crescimento maior da inadimplência, observado entre os pares. Empréstimos com colaterais chegaram a 40% da carteira.
Em depósitos, o PagBank somava R$ 21 bilhões em dezembro, 134% a mais que no final de 2021. "Isso nos deixa muito confortáveis nesse momento em que o mercado de crédito passa por uma crise. (Os depósitos) representam 67% das nossas fontes de recursos de terceiros."
O lucro bruto do banco digital cresceu 70% em um ano, para R$ 131 milhões. A operação teve Ebitda negativo em R$ 21 milhões, uma melhoria de 70% em relação ao mesmo período do ano passado.