SÃO PAULO – Após um dia de noticiário agitado, o mercado deve operar nesta quinta-feira (5) de olho na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e pelo resultado trimestral das companhias.
O cenário político, que vem centralizando as atenções, deve ficar em segundo plano no dia anterior à votação do parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB) pela comissão especial do impeachment no Senado.
De acordo com Rafael Omachi, analista da Guide Investimentos, “os investidores devem operar em compasso de espera mesmo tendo a convicção de que a matéria será aprovada pela comissão”.
Os desdobramentos das negociações do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para compor seu eventual governo estarão no radar dos investidores. Segundo Omachi, em dias menos agitados os investidores tendem a olhar para alguns fundamentos internos e para a agenda econômica.
O destaque fica para a ata do Copom do Banco Central, que será publicada às 8h30. O comunicado pode dar algumas pistas sobre quando a autoridade monetária pretende fazer alterações na taxa básica de juros.
“Tudo ficará imprevisível a partir de agora, pois não sabemos quais serão as mudanças no BC se Temer assumir a presidência”, observa o analista da Guide. “O mercado está esperando queda da Selic até o fim do ano”, afirma.
Do cenário corporativo, o destaque fica para os balanços corporativos de Braskem (SA:BRKM5), Rumo, Lojas Americanas (SA:LAME4) e Magazine Luiza (SA:MGLU3).
“Enquanto os números de empresas relacionadas a concessões serão divulgados antes do pregão e vão mexer com os papéis, os resultados de varejistas sairão depois da sessão. Ainda assim, os papéis do setor de varejo devem operar de acordo com as expectativas com o resultado”, diz Omachi.
Fechamento de mercado
O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira (4), após quatro quedas seguidas, com a recuperação das ações de bancos e a alta dos papéis da Petrobras (SA:PETR4) compensando no final do pregão a pressão negativa de Vale, em sessão de cena corporativa novamente em destaque.
O Ibovespa subiu 0,56%, a 52.552 pontos. Na mínima do dia, recuou 0,63%, abaixo de 52 mil pontos. O volume financeiro somou R$ 7,3 bilhões.
O dólar caiu quase 1% nesta quarta-feira e voltou abaixo de R$ 3,55, em movimento de ajuste após a alta de cerca de 4% nas duas sessões anteriores e sem a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.
O movimento foi contrário ao visto no cenário externo, onde a moeda norte-americana subia frente a outras divisas diante do aumento da aversão ao risco por conta de temores sobre a economia global.
O dólar recuou 0,87%, a R$ 3,5400 na venda, após acumular alta de 3,81% nos dois pregões passados.
(Com Reuters)