Por Rodrigo Viga Gaier
(Reuters) - O presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, afirmou nesta quarta-feira que a empresa analisa "tudo o que está acontecendo" sobre a eventual venda da fatia da Novonor na petroquímica Braskem (BVMF:BRKM5), na qual a estatal também tem uma participação relevante.
Segundo o presidente da Petrobras, que tem preferência no caso de uma aquisição da participação da Novonor na Braskem, a companhia "tem trabalhado internamente" o tema.
"Nós temos direito de preferência e estamos confortáveis diante dessa posição. Vamos analisar tudo o que está acontecendo, mas não podemos dizer nada nesse caso, justamente porque gera muita especulação", disse Prates a jornalistas antes de um encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
"A gente tem mantido uma posição inerte por enquanto, embora internamente a gente esteja trabalhando", acrescentou ele.
Segundo fato relevante da Braskem nesta quarta-feira, a Petrobras esclareceu que a atuação no setor petroquímico é um dos elementos estratégicos do Plano Estratégico 2024-2028, e que no presente momento está desenvolvendo análises para definição da melhor alternativa de execução de sua estratégia, não havendo qualquer decisão.
No final de semana, a brasileira Unipar (BVMF:UNIP3) anunciou uma proposta à Novonor, antiga Odebrecht, pelo controle ds petroquímica. Financeiramente, a oferta é aparentemente mais vantajosa do que a feita pelos grupos Apollo e Adnoc.
Fontes próximas da Petrobras disseram que o assunto Braskem é tratado com sigilo na petroleira, mas a existência de duas propostas é vista com bons olhos.
"Não sei qual vai ser a decisão da Petrobras, mas ter disputa, e concorrência é um bom sinal", afirmou uma das fontes em condição de anonimato.
Outra fonte na empresa revelou que um investimento em uma participação maior na Braskem poderia estar alinhada à proposta da empresa em reduzir a sua pegada de carbono nos próximos anos.
O novo plano de negócios 2024-2028 da Petrobras deve ser divulgado no final deste ano.