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Petrobras desaba e chega a perder mais de R$70 bi após decisão sobre dividendos extraordinários

Publicado 08.03.2024, 10:17
Atualizado 08.03.2024, 11:21
© Reuters. Sede da Petrobras
16/10/2019
REUTERS/Sergio Moraes
PETR4
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SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Petrobras (BVMF:PETR4) desabavam nesta sexta-feira, com a companhia chegando a perder mais de 70 bilhões de reais em valor de mercado, após a estatal desapontar investidores ao não anunciar um pagamento de dividendos extraordinários com a divulgação do resultado trimestral.

Por volta de 10:50, os papéis preferenciais desabavam 11,04%, a 35,93 reais, enquanto as ações ordinárias tinham queda de 12,19%, a 36,23 reais, equivalente a uma perda de 62,4 bilhões de reais em valor de mercado. Os papéis lideravam com folga as perdas do Ibovespa, que cedia 1,36%.

Caso essas quedas sejam confirmadas no fechamento, serão os piores desempenhos percentuais em um dia desde fevereiro de 2021. No pior momento, as PNs recuaram 13,1%, a 35,10 reais, e as ONs caíram 14%, a 35,47 reais, representando uma perda de 72,7 bilhões de reais em valor de mercado.

A companhia divulgou na véspera um lucro líquido de 31 bilhões de reais referente ao quarto trimestre, recuo de 28,4% ante o mesmo período do ano anterior, com impacto de queda do preço do petróleo, despesas com baixas contábeis e abandono de áreas.

Foi feita proposta de distribuição de dividendos ordinários de 14,2 bilhões de reais, mas sem pagamento extra.

"A Petrobras decepcionou as expectativas do mercado quanto ao pagamento de dividendos extraordinários", afirmaram analistas do Bradesco BBI, acrescentando que a empresa optou por reter caixa, enquanto o mercado esperava de 4 bilhões a 5 bilhões de dólares em pagamentos extraordinários referentes a 2023.

Vicente Falanga e Gustavo Sadka acrescentaram em nota a clientes que a decisão da empresa de pagar apenas 2,9 bilhões em dividendos pelos resultados do quarto trimestre, com base no mínimo exigido pela política da estatal, "traz incerteza à política, que costumava ser muito clara".

Após o anúncio da véspera, eles reduziram a sua premissa de 5 bilhões de dólares por ano para dividendos extraordinários para 2 bilhões de dólares por ano, além dos pagamentos mínimos de 9,6 bilhões de dólares para o restante de 2024 e 7,8 bilhões de dólares para 2025.

"Como resultado, não vemos mais o 'dividend yield' da Petrobras como atraente em comparação com seus pares globais... Assim, rebaixamos nossa recomendação para "neutra" e reduzimos nosso preço-alvo para 17 dólares por ADR (41 por ação PN) de 20 dólares (48 reais)", afirmou a equipe do Bradesco BBI.

Analistas do Santander (BVMF:SANB11) também cortaram a recomendação das ação da Petrobras para "neutra", assim como o preço-alvo em 2024 para 18 dólares/ADR (47 reais/ação).

"Acreditamos que a falta de dividendos extraordinários manda sinais confusos em relação à estratégia de alocação de capital de curto prazo, especialmente porque vemos a Petrobras detendo cerca de 18 bilhões de dólares em caixa no final de 2023", disse a equipe do Santander.

Também os analistas do Bank of America (NYSE:BAC) Caio Ribeiro e Leonardo Marcondes cortaram a recomendação dos papéis da companhia, bem como preço-alvo das ações para 38 reais (16 dólares para o ADR) ante 48 reais (20,2 dólares), citando expectativas significativamente mais baixas de retorno de caixa total e maior percepção de risco.

A Petrobras tem sido uma grande pagadora de dividendos a seus acionistas nos últimos anos, com distribuição generosas principalmente durante a gestão anterior, quando a empresa pagou significativamente mais do que qualquer outra grande petroleira ocidental durante pelo menos dois trimestres.

"A mensagem que foi passada é muito clara: os investidores devem esperar apenas dividendos mínimos para a Petrobras", escreveram analistas do JPMorgan (NYSE:JPM), dizendo que o pagamento do quarto trimestre representa um baixo yield de dividendos de 8,1% em 2024, "substancialmente abaixo dos pares".

Em relatório a clientes, explicando por que decidiram não rebaixar as ações após a decisão, analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) afirmaram ter dificuldade em prever utilizações para os dólares retidos na reserva de capital que possam sacrificar o potencial extra de geração de caixa da estatal.

Também acrescentaram que, mesmo assumindo a previsão de investimento para 2024, a Petrobras ainda deverá gerar 4 bilhões de dólares em caixa extra este ano, o que significa que a reserva de capital continuará a crescer.

© Reuters. Sede da Petrobras
16/10/2019
REUTERS/Sergio Moraes

E ainda ressaltaram que a reserva de capital constituída somente poderá ser utilizada -- a partir de hoje -- para garantir recursos para remuneração dos acionistas, assim, usá-la para outros fins exigirá alterações no estatuto.

"Embora não pensemos que isso possa ser descartado, também pensamos que é possível uma potencial reavaliação da decisão de não distribuir dividendos adicionais, embora a vontade do mercado de aceitar isto pelo valor nominal seja muito limitada", afirmou a equipe do BTG.

(Por Paula Arend Laier e Peter Frontini)

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