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Petrobras (PETR4) desaba com concretização do medo de analistas e investidores

Publicado 08.03.2024, 11:08
PBR
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PETR4
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Investing.com – O receio dos analistas e investidores foi concretizado e a estatal de petróleo Petrobras não anunciou o pagamento de dividendos extraordinários, fazendo com que as ações da empresa afundassem no pregão desta sexta-feira, 08. O tema foi o destaque nas menções de analistas sobre o balanço, que lamentaram o ocorrido. Às 11h09 (de Brasília), as ações ordinárias da Petrobras (BVMF:PETR3) caíam 11%, a R$36,49, enquanto as preferenciais (BVMF:PETR4) registravam baixa de 10,27%, a R$36,24. As ADRs (NYSE:PBR) perdiam 12,47%, a US$14,65.

Recentemente, o atual CEO da empresa, Jean Paul Prates, concedeu entrevista à Bloomberg em que disse que a empresa teria que adotar uma postura mais conservadora, o que de fato aconteceu, devido aos planos de tornar a Petrobras não somente uma empresa de produção de petróleo, mas de energia de forma geral. Na época, Prates disse que os investidores “iriam entender”.

Falta de dividendo extraordinário decepciona analistas

O Itaú BBA, por exemplo, disse que essa era a notícia que ninguém queria ouvir, o “que provavelmente também aumentará as preocupações entre os investidores sobre o futuro da alocação de capital da empresa”. No entanto, o banco manteve a recomendação market perform para as ações, equivalente à neutra, com preço-alvo de R$38 para ações preferenciais e US$14,5 para ADRs.

Menos otimista foi o Bradesco BBI. O banco disse que o “mercado não vai entender” e rebaixou os papéis de compra para neutro. O Bradesco BBI considerou que a empresa “decepcionou as expectativas do mercado em relação ao pagamento de recursos extraordinários” e lembra que o consenso indicava entre US$4,0 bilhões e US$5,0 bilhões em pagamentos extraordinários referentes a 2023.

“A Petrobras disse que US$8,8 bilhões em dividendos poderiam ser retidos para um potencial pagamento futuro, ainda assim o momento disso é incerto. Esta decisão traz incerteza à política, que costumava ser muito clara”, rebate o Bradesco BBI, ao cortar o preço-alvo de US$20 para US$17 para as ADRs e de R$48 para R$41 para as ações.

O Santander também enxerga menor visibilidade sobre os dividendos, o que motivou o rebaixamento dos papéis para recomendação neutra. Para o banco, a Petrobras tem fundamentos sólidos e “ainda é uma empresa forte, mas as ações agora carecem de catalisadores”. Assim, o Santander reduziu o preço-alvo das ADRs de US$19 para US$18 e das ações ordinárias de R$52 para R$47.

O BTG concorda que a medida foi uma grande decepção, mas pondera que está em linha com a política de remuneração da companhia. Mesmo assim, decidiu manter a recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de US$19 para as ADRs, pois o otimismo não estaria apenas relacionado à capacidade da empresa de distribuir mais proventos.

“Mesmo assumindo guidance de investimento para 2024, a Petrobras ainda deverá gerar US$ 4 bilhões em dinheiro extra este ano, o que significa que a reserva de capital continuaria a crescer”, afirmam os analistas do BTG. Ainda que avaliem que o pragmatismo da empresa ainda pode prevalecer na alocação de capital, a fé estaria abalada, lamentam.

A justificativa da diretoria da companhia seria de que a distribuição de dividendos precisaria ser mais cautelosa neste momento, para sustentar o plano de investimento entre 2024 e 2028, recorda Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos. “Teve também algumas questões de balanço, como receitas abaixo do consenso, lucro também, mas acho que essa discussão acaba ficando secundária”. Raony Rossetti, especialista em renda variável e CEO da Melver, explica que ainda que a Petrobras tenha anunciado a distribuição de R$14,2 bilhões em dividendos, o Conselho de Administração optou por reter o restante do lucro na conta de reserva de remuneração de capital, com a possibilidade de distribuição futura.

Balanço também não agradou

Um operacional fraco e sem dividendos extraordinários. Foi desta forma que a Guide Investimentos avaliou os dados, afetados pela diminuição na cotação do barril de petróleo, o que teria sido parcialmente compensado pela alta na produção. “A companhia aprovou dividendos de R$1,1 por ação de acordo com o mínimo estabelecido na política de remuneração: esse valor foi abaixo do estimado pelos analistas, pois esperava-se dividendos extraordinários”, reforça o analista Mateus Pazin Haag.

A Guide menciona ainda o aumento no lifting cost em relação ao trimestre anterior, motivada por intervenções em poços de petróleo do pré-sal na Bacia de Campos, além da perda de eficiência em refinarias, apesar da elevação dos investimentos realizados neste segmento.

A Genial Investimentos decidiu continuar com a recomendação neutra para os papéis, ao mencionar um efeito não-recorrente no balanço da companhia no montante de R$7,4 bilhões. “Excluindo esse efeito não-recorrente, o EBITDA no 4T23 teria sido de R$74,3 bilhões, em linha com a estimativa”, detalha o analista Vitor Sousa.

No entanto, o ponto mais importante para a avaliação foi o anúncio de dividendos aquém do esperado, segundo a Genial, diante da forte geração de caixa da empresa. O pagamento implicaria rendimento de 2,7% no 4T23 e 10,8% em termos anualizados, estima a Genial, que considera o percentual “interessante, mas não o suficiente para justificar um posicionamento mais agressivo no papel”.

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