Investing.com - Os investidores levaram o Ibovespa para uma leve queda nesta semana após a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. O principal índice da bolsa brasileira cedeu 0,6% e fechou nesta sexta-feira aos 52.907 pontos.
A euforia das últimas semanas com o avanço do processo de impeachment deu espaço à realização de lucros, às dúvidas sobre o andamento do processo no Senado e em relação ao ministério que será formado pelo vice-presidente Michel Temer, caso assuma a Presidência.
A maior especulação está em torno da escolha do novo ministro da Fazenda, que substituirá Nelson Barbosa, se a presidente Dilma for afastada pelo Senado. Diversos nomes foram ventilados pela imprensa, entre eles o onipresente em todas as apostas nos últimos anos Henrique Meirelles, assim como de Murilo Portugal e Paulo Leme.
Enquanto o processo não é julgado no Senado, a presidente Dilma e o PT seguem na ofensiva de denunciar o caso como um golpe, versão que foi má recebida pela oposição e por ministros do STF.
O dólar avançou 1% na semana e fechou a R$ 3,56 com forte intervenção do Banco Central, que negociou swaps reversos e segurou a cotação. Na terça-feira, único dia sem a presença do BC no mercado, a moeda desvalorizou 2,25%.
Petrobras (SA:PETR4). A companhia valorizou 1,1% na semana e se aproximou dos R$ 10 nas ações preferenciais. É o segundo período consecutivo de alta nos papéis da petroleira, que avançaram 17,3% na semana passada refletindo o avanço da solução da crise política e a valorização do petróleo no mercado internacional. A Petrobras reafirmou nesta semana que manterá a meta de produção de petróleo de 2,145 milhões de b/d neste ano, o que causou dúvidas no mercado após queda de 8% em março. A Sete Brasil decidiu que pedirá recuperação judicial.
Vale. A empresa divulgou o resultado operacional com recorde na produção de minério, mas informou que a produção anual ficará próxima ao limite inferior do guidance de 340 a 350 milhões de toneladas neste ano. A redução das expectativas fez com que a companhia desabasse 8% no pregão de sexta-feira, mas, mesmo assim, encerrou a semana com alta de 7%. É a sétima semana consecutiva de alta nas ações da mineradora, embalada pela recuperação nos preços das commodities.
Siderurgia. A CSN (SA:CSNA3) entrou com pedido na Justiça para rever o plano de aumento de capital da Usiminas (SA:USIM5), aprovado na semana passada. O setor continuou a recuperação de preços com o avanço do preço do aço e impulsionado pela notícia de novo reajuste em maio. A produção no primeiro trimestre, contudo, ficou 12% menor, o que fará com que as empresas revejam a estimativas para o ano. A Usiminas ganhou 24% na semana, seguida por CSN com 12% e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) (+2,8%). Gerdau (SA:GGBR4) cedeu 1,1%.
BTG. O banco vendeu para a CNP Assurances o controle da Pan Seguros e Pan Corretora.
JBS. A exportadora avalia reabrir as unidades na Argentina após as políticas de incentivo do governo Macri.
Bancos. A semana fechou negativa para os bancos e o IFNC fechou em queda de 2,1%, a primeira após três semanas de alta. A maior baixa veio do Bradesco (SA:BBDC4) que cedeu 12% nas ações ON e 11% nas PN. Banco do Brasil (SA:BBAS3) recuou 6%, seguido por Itausa (SA:ITSA4) (-4%), Itaú (SA:ITUB4) (-4%).
Argentina. O país vizinho retornou aos mercados internacionais e captou US$ 16,5 bilhões em títulos de 3 a 30 anos, pagando juros entre 6,25% e 7,62%. A demanda atingiu US$ 68,6 bilhões.
Commodities
Petróleo. A commodity surpreendeu e fechou em alta de 8% na semana, iniciada com o fracasso do acordo de Doha. No domingo, países produtores e a Opep falharam em definir o congelamento na produção que estava previsto pelo mercado por pressão da Arábia Saudita que reafirmou a condição de ter o Irã no acordo. Os mercados, contudo, ignoraram o resultado e, de olho em fundamentos, forçaram novas altas na cotação. O Brent avançou 4,7%
Minério de ferro. A cotação no mercado chinês avançou 14% nesta semana e fechou a US$ 65,50/t em Tianjin, patamar de junho de 2015.
Prata. O metal avançou 4% nesta semana e se aproximou do maior patamar em quase um ano. A onça foi negociada a US$ 17,43 ao longo da semana, mas fechou na sexta-feira a 16,97/oz.
Cana-de-açúcar. O adido agrícola dos EUA estima a moagem de cana-de-açúcar deste ano em 680 milhões de toneladas, alta de 2%.
Café. A seca deverá cortar pela metade a safra do robusta no Espírito Santo.
Energia. Temperaturas elevadas fazem o ONS prever alta de 0,8% na carga de abril. O Ministério de Minas e Energia determinou que as indenizações do setor de transmissão sejam pagas a partir de 2017 com aumento na conta de luz. Cteep disparou 10% na bolsa e a Eletrobras (SA:ELET3), 9,8%.
Indicadores
Emprego. A Pnad contínua apontou desemprego de 10,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. O Caged apontou perda de 118 mil vagas em março, recorde negativo para o mês.
Inflação. O IPCA-15 acelerou para 0,51% em abril. IGP-M caiu para 0,3% na segunda prévia de abril. IPC-Fipe caiu para 0,75% na segunda quadrissemana do mês.
Arrecadação. O governo federal recebeu R$ 95,779 bilhões em impostos em março, redução de 7% ante 2015.
IBC-Br. O índice de atividade econômica do Banco Central apontou queda de 0,29% em fevereiro.
BCE. O Banco Central Europeu decidiu manter a taxa de juros inalteradas em 0%.