Por Lisa Richwine
LOS ANGELES (Reuters) - Roteiristas de cinema e TV de Hollywood votaram esmagadoramente a favor de dar aos negociadores sindicais o poder de convocar uma greve se as negociações contratuais com os estúdios fracassarem, afirmou a Associação de Escritores da América (WGA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.
A WGA disse na segunda-feira que 97,85% dos membros que votaram foram a favor de permitir que os negociadores ordenassem uma paralisação do trabalho se não tivessem um novo contrato até o dia 1º de maio. Quase 80% dos 11.500 membros da associação votaram.
Os escritores dizem que sofreram durante o boom do streaming de TV, em parte devido a temporadas mais curtas e pagamentos menores, e estão buscando aumentos salariais de empresas como a Netflix Inc (NASDAQ:NFLX) NFLX.O, a Walt Disney Co (NYSE:DIS) DIS.N e outros estúdios.
A última greve da WGA, em 2007 e 2008, durou 100 dias. As redes de TV transmitiram na época reprises e mais reality shows, enquanto o custo para a economia da Califórnia foi estimado em 2,1 bilhões de dólares, de acordo com o Milken Institute. A maioria dos roteiristas de TV e cinema vive em Los Angeles ou em Nova York.
Os estúdios não querem outra interrupção depois que a Covid-19 interrompeu produções em todo o mundo por meses. Mas fontes próximas aos estúdios dizem que os orçamentos estão apertados em um momento em que Wall Street quer ver lucros com os investimentos multibilionários em streaming que drenaram balanços financeiros pelo mercado.
A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, na sigla em inglês), que representa conglomerados e empresas como a Comcast Corp (NASDAQ:CMCSA) CMCSA.O, a Disney, a Warner Bros Discovery (NASDAQ:WBD) WBD.O, a Netflix e outros, disse em comunicado que seu objetivo era "chegar a um acordo justo e razoável".
(Reportagem de Lisa Richwine)