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Taxas futuras de juros sobem após decepção do mercado com mensagem do Copom

Publicado 22.06.2023, 16:54
© Reuters. Carro cortado ao meio para ilustrar que metade do custo corresponderia a juros, em manifestação de sindicalistas contra juros altos, em frente à sede do Banco Central em São Paulo
20/06/2023
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A quinta-feira foi um dia de alta para as taxas dos contratos futuros de juros no Brasil, após o Banco Central decepcionar boa parte do mercado ao não sinalizar claramente, no comunicado da véspera, a intenção de cortar a taxa básica Selic em agosto.

Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 13,75% ao ano, como esperado, mas ainda adotou um tom duro em seu comunicado ao avaliar a inflação. No texto, o colegiado defendeu que é preciso ter "paciência" no controle da inflação e vinculou eventual corte da Selic aos dados econômicos. Profissionais do mercado ouvidos pela Reuters após a decisão sobre a Selic já projetavam para a quinta-feira o avanço das taxas dos contratos futuros, em especial na ponta curta da curva a termo. Isso porque a expectativa, antes da reunião, era de que o BC fosse claro em sua intenção de reduzir a taxa a partir de agosto.

“O movimento de alta dos juros era esperado hoje (quinta-feira), dado que havia intensa precificação baixista da Selic na curva, e o comunicado da autoridade ontem foi hawkish (duro)”, comentou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

“O que o DI acaba fazendo hoje é uma redução de probabilidade na curva de cortes tão intensos”, acrescentou.

No fim da tarde de quarta-feira, antes do anúncio do Copom, a curva a termo precificava 96% de chances de a Selic ser reduzida em 0,25 ponto percentual em agosto. Na tarde desta quinta-feira, sob os efeitos do comunicado, a probabilidade precificada chegou a 68%.

Economistas ouvidos pela Reuters avaliaram que, apesar da decepção com o comunicado, que não trouxe uma sinalização clara para agosto, a possibilidade de cortes no próximo encontro segue aberta, com o BC “data dependent” (dependente de dados) para tomar sua decisão.

Para o economista-chefe da Órama, Alexandre Espirito Santo, o comunicado do BC deixou uma “fresta” aberta para agosto, de a Selic cair 0,25 ponto percentual.

“E a porta está entreaberta para a Selic cair em setembro. Uma porta aberta mesmo, para corte de juros, só no ano que vem”, acrescentou o economista.

Espirito Santo lembra ainda que o mercado vinha incorporando nas últimas semanas a ideia de que o comunicado seria mais suave -- ou dovish, na linguagem do mercado --, o que não se confirmou.

“A curva perdeu muito prêmio. Então, é natural que, diante de um evento como este (comunicado duro), o pessoal realize, coloque os lucros no bolso”, avaliou.

“O problema não é o dia de hoje. O problema é saber como o mercado vai se comportar a partir de agora, se isso é só uma realização ou se vai mudar de humor”, completou.

No governo, as críticas ao BC se intensificaram após o comunicado.

"O comunicado, como de hábito, o quarto comunicado muito ruim", disse nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a repórteres em Paris, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem.

“(Essa decisão do Copom) está contratando um problema. Contratando inflação futura e o aumento da carga tributária futura", afirmou Haddad.

Ainda na quinta à noite, na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, "joga contra a economia brasileira".

© Reuters. Carro cortado ao meio para ilustrar que metade do custo corresponderia a juros, em manifestação de sindicalistas contra juros altos, em frente à sede do Banco Central em São Paulo
20/06/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

Neste cenário, no fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,07%, ante 13,005% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,135%, ante 11,099% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,52%, ante 10,508% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,5%, igual ao ajuste anterior.

No exterior, o rendimento dos Treasuries subiam neste fim de tarde, em um dia marcado por novas declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso norte-americano.

Às 16:39 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 7,70 pontos-base, a 3,8005%.

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