Nova York, 4 jun (EFE).- A plataforma de transportes Uber (NYSE:UBER) revelou nesta terça-feira que está sendo investigada por órgãos tributários dos Estados Unidos e de outros sete países, entre eles o Brasil, o que pode representar um impacto fiscal de US$ 141 milhões pelo menos no próximo ano.
Em um relatório entregue nesta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores dos EUA, a Uber explica que a Internal Revenue Service (IRS), a Receita Federal dos Estados Unidos, está examinando os exercícios de 2013 e 2014, enquanto México, Brasil, Holanda, Reino Unido, Austrália, Singapura e Índia têm auditorias abertas entre 2010 e 2019.
A empresa acredita que reservou os "montantes adequados" nessas jurisdições, mas reconhece que há "alta incerteza" sobre a resolução ou o encerramento das investigações, o que pode "alterar significativamente" seu balanço de benefícios fiscais brutos não reconhecidos nos próximos 12 meses.
Devido ao número de anos e de assuntos que as autoridades estão examinando, a Uber disse que espera sofrer uma redução em seus lucros fiscais brutos não reconhecidos de "pelo menos US$ 141 milhões" nos próximos 12 meses, relacionados com investigações sobre as suas "posições nos preços de transferência".
Os preços de transferência são uma contrapartida estipulada entre entidades pertencentes a um grupo de sociedades para efeito de planejamento fiscal, segundo explica a OCDE, uma prática às vezes utilizada para declarar recursos em jurisdições com menor taxa impositiva.
A Uber começou a cotar na bolsa em 10 de maio em uma das operações mais esperadas do ano, já que esperava superar os US$ 100 bilhões em ação, mas não superou seu preço de saída, de US$ 45 por ação, em boa parte pelas dúvidas dos investidores com relação à rentabilidade do negócio.
Já na semana passada, a empresa informou que até março deste ano, antes de começar a cotar na bolsa, perdeu US$ 1,01 bilhão frente aos US$ 3,74 bilhões que ganhou no primeiro trimestre de 2018, e apesar de um aumento de 41% das receitas brutas por reservas.